Autoritarismo brasileiro e violência na filosofia de Marilena Chaui
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v13.1065Palavras-chave:
Brasil, Autoritarismo social, Violência, IdeologiaResumo
Este artigo expõe alguns dos traços mais relevantes da interpretação de Marilena Chaui da realidade brasileira: o autoritarismo social e a violência. É explorado o sentido dessas duas concepções, a partir de sua constituição histórica e ideológica no Brasil, bem como a ligação que ambas possuem, o que não deixa de influir na conceituação de cada uma delas. O autoritarismo social é a continuação, mesmo em ambiente descolonizado, da colonização e da estrutura patriarcal e escravagista que fundaram o Brasil; trata-se dos processos de imposição da verticalização da sociedade a partir do senhor proprietário de terras em detrimento de pessoas escravizadas e do restante da população; da tendência, decorrente dessa desigualdade primitiva, de converter diferenças ou assimetrias em novas desigualdades e hierarquias; a imposição da colonização do espaço público pelas demandas privadas das oligarquias, servindo de bloqueio a reivindicações de inclusão e democracia. Em comum a esses três eixos, há um tipo de socialização histórica extremamente refratária ao ideal de igualdade. A violência, entendida por Chaui, como as práticas que tentam converter as pessoas em coisas, é o modo vital de atuação desse autoritarismo social. Uma sociedade assim, autoritária e violenta, só se reproduz por meio de diversos recursos ideológicos, que podem ser, grosso modo, sintetizados em dinâmicas de: a) a ocultação das divisões sociais ou sobreposição da unidade em relação às divisões e b) o tratamento conformista das contradições inocultáveis. Conclui-se pela importância da filosofia de Marilena Chaui para entender o momento atual da história brasileira e alguns dos conceitos centrais da filosofia política.
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