Culpa, responsabilidade e mudanças climáticas
o caso das enchentes no Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v15n2.1219Palavras-chave:
Vandana Shiva, Hannah Arendt, Crise Ecológica, Ideologia, Mau DesenvolvimentoResumo
O propósito deste artigo é discutir a diferença entre culpa e responsabilidade, no contexto da crise ecológica, particularmente após as enchentes no Rio Grande do Sul (Brasil) e a comoção pública que se lhes seguiu. Para isso, começaremos por delinear um pano de fundo histórico e conceitual, o qual apresentará alguns momentos importantes para a progressiva ocupação, por parte das questões ecológicas, de um lugar central na sociedade e política contemporânea. Nesse momento da argumentação, apresentaremos as críticas de Vandana Shiva ao modelo de desenvolvimento Moderno, implementado em todo o mundo. Em seguida, daremos atenção à noção de ideologia discutida por Hannah Arendt, particularmente ao seu propósito de dominação total, legitimado por recurso a putativos processos sobre-humanos. Num terceiro momento, discutiremos aquilo que chamamos – provisoriamente – de “forma genérica da subjetividade política moderna”, procurando mostrar que esta última, bem como a comunidade que estabelece, depende da reprodução de crises existenciais para a sua preservação. Por último, discutiremos a distinção entre culpa e responsabilidade, com base nos escritos de Hannah Arendt, encerrando o artigo com breves observações a respeito de uma forma de subjetividade política alternativa, mais apta a lidar com a questão ecológica do nosso tempo.
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