A queda do céu e o pluriverso yanomami: ancestralidade, território e educação

Autores

  • Julie Dorrico Autor

DOI:

https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v9i2.873

Resumo

Na esteira dos estudos sobre ontologia relacional e ontologia política de Arturo Escobar (2015), desenvolvemos neste artigo uma leitura da obra A queda do céu: palavras de um xamã yanomami (2015). Nosso argumento central consiste em defender os seguintes pontos: primeiro, relacionado diretamente com a teoria de Escobar, que a cosmologia yanomami apresenta-se como um outro mundo capaz de dar sentido à sua existência individual e coletiva de modo diferenciado à matriz ocidental e totalmente capaz de suprir todas as suas necessidades materiais e simbólicas; e, segundo, de que a cosmologia e a política percebidas na obra não encerram o caráter estético da linguagem apresentada pelo xamã às sociedades não indígenas. Por isso, pluriverso, aqui, trata ao mesmo tempo do conceito de pluriverso de Escobar, para defender a existência de outros mundos aos olhos do Ocidente, mas também do caráter lírico que a obra enseja em termos da linguagem, seja nas metáforas do mundo yanomami traduzidas à língua portuguesa, seja no grafismo utilizado na obra, seja na narrativa, própria e singular ao universo do xamã Kopenawa.

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Publicado

2019-02-03

Como Citar

A queda do céu e o pluriverso yanomami: ancestralidade, território e educação. (2019). Revista Opinião Filosófica, 9(2), 62-86. https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v9i2.873