O Sacrifício do homem-bomba

Ápice da lógica de mártir

Autores

  • Pedro Antônio Gregorio de Araujo PUCRS Autor

DOI:

https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v11.972

Palavras-chave:

Achille Mbembe, Homem-Bomba, Lógica do Mártir, Palestina, Sacrifício

Resumo

RESUMO: O presente artigo trata de apresentar a análise feita pelo filósofo camaronês Achille Mbembe acerca do fenômeno do homem-bomba. Mbembe pergunta se há diferença entre o homem-bomba e um helicóptero de guerra ou um tanque, e a resposta do pensador é sim, pois o homem-bomba realiza no mesmo ato homicídio e suicídio. De acordo com Mbembe, o homem-bomba é uma representação da lógica do mártir, que ao contrário da lógica do sobrevivente, é caracterizada por relacionar a vontade de morrer com a vontade de levar seu inimigo consigo, de forma a eliminar a possibilidade de vida para todos os presentes no determinado ambiente. Ambas as lógicas estão presentes na Palestina, que é, para o filósofo, o exemplo de forma mais bem-sucedida do avanço do necropoder: tipo de terror oriundo da escravidão, porém estendido ao resto do mundo contemporâneo. O homem-bomba faz do seu próprio corpo uma arma, em que ele transforma-se em objeto maleável e significa a sua vida por meio do suicídio, que é espetacularizado tal qual um sacrifício religioso, trazendo vida eterna ao ser. Para apresentaremos isso, iremos, num primeiro momento descrever a condição colonial, que possibilitou a necropolítica a vir a existir. Depois, falaremos sobre a ocupação colonial da Palestina para podermos tratar sobre a questão central do homem-bomba. Feito isso, analisaremos como as novas tecnologias de guerra, sobretudo os drones, trazem uma nova racionalidade de guerra, a partir da reprodutibilidade técnica, que dilui a lógica do sacrifício. Relacionaremos o pensamento de Mbembe com teorias de pensadores tais quais Peter Pál Pelbart e Grégoire Chamayou, para esclarecermos a situação necropolítica atual.

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Publicado

2020-08-16

Como Citar

O Sacrifício do homem-bomba: Ápice da lógica de mártir. (2020). Revista Opinião Filosófica, 11(Ed. esp. 2). https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v11.972