O Caráter Estratégico da Organização e do Uso da Violência em Errico Malatesta

Autores

  • Claudio Ricardo Martins dos Reis Autor

Resumo

: São dois os problemas centrais analisados no presente texto: de que maneira a sociedade deveria se organizar para promover uma transformação no sentido da emancipação humana? E, se o uso da violência for necessário para atingir este fim, como justificá-lo? Para isso se examinará a argumentação do militante e teórico anarquista Errico Malatesta. Quanto à primeira problemática, nosso autor diferencia três níveis organizativos. O mais amplo seria a organização em geral, aquela que é condição para a própria vida em sociedade. A organização neste nível não seria moldada pelos valores de transformação social, mas pela própria sobrevivência humana. Diferentemente, os outros dois níveis organizativos impli-cariam esses valores. Seriam representados pelas organizações de massas e pelas organizações político-ideológicas. Malatesta compreende que, para se alcançar a mudança necessária em direção à emancipação humana, dever-se-ia desenvolver e fazer interagir essas duas formas organizativas básicas. Ele faz questão de ressaltar, porém, que não caberia ao partido anarquista dirigir as massas, de modo que o objetivo não seria emancipá-las, mas tão somente contri-buir para que elas próprias se emancipem. Quanto à nossa segunda problemáti-ca, Malatesta entende que a instauração de um processo revolucionário (neces-sariamente violento) tornar-se-ia inevitável frente às condições da luta, que deri-vam do modo como a sociedade é atualmente organizada. Para Malatesta, esta violência é uma violência defensiva, que agiria contra a violência estrutural res-ponsável por manter o estado de opressão e exploração humanas. Sua argu-mentação para o uso da violência é reconstruída em premissas e conclusão.

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Publicado

2017-02-16

Como Citar

O Caráter Estratégico da Organização e do Uso da Violência em Errico Malatesta. (2017). Revista Opinião Filosófica, 6(1). https://opiniaofilosofica.org/index.php/opiniaofilosofica/article/view/382