O vestígio da existência negada e a atitude da coexistência desde Maria Firmina dos Reis em diálogo com a fenomenologia beauvoiriana
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v15n2.1218Palavras-chave:
Coexistência, Vestígio, Maria Firmina dos Reis, Anticolonialismo, Fenomenologia beauvoirianaResumo
O objetivo deste artigo é realizar uma descrição do conto “A escrava” [1887], de Maria Firmina dos Reis, utilizando o método fenomenológico beauvoiriano de relacionar literatura e filosofia, na medida em essa descrição visa fins filosóficos. A nossa hipótese de estudo é a de que o conto nos permite pensar, desde um contexto brasileiro, tanto a ideia de vestígio da existência negada quanto a relação de coexistência entre pessoas em situações desiguais, sem a queda em perspectivas colonialistas, de maneira que podemos encontrar nele um método da coexistência que implica uma atitude existencial anticolonialista.
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